Darei outro exemplo que é muito comum entre os trabalhadores da seara bendita. Vamos falar dos trabalhos mediúnicos de desobsessão que são realizados nas casas espíritas.
Antes me deixe fazer uma pergunta: Você acredita que um obsessor pode influenciar na vida do outro, ou seja, pode atrapalhar a vida do próximo sem que para isto tenha motivos? Pode prejudicar um encarnado apenas porque não gosta dele? Achando que sim você acredita que ele é mais forte que Deus. Veja bem, Deus deu o livre-arbítrio a todos os espíritos, mas o obsessor mata o que Deus deu a um espírito sobrepujando a sua vontade à do obsidiado ao conduzir a vida dele sem que este queira.Claro que o obsessor não pode fazer o que ele quer livremente. Ele precisa se subordinar às leis universais para que uma injustiça não seja cometida, ou seja, só será alvo de uma obsessão aquele que estiver no mesmo padrão vibratório do obsessor. Sendo assim, o espírito obsessor não está ali porque quer, mas porque o outro aceitou a obsessão, ou seja, uniu-se a ele pela mesma intenção. Por isto o Espírito da Verdade nos ensinou:
“515 – Que se há de pensar dessas pessoas que se ligam a certos indivíduos para levá-los à perdição, ou para guiá-los pelo bom caminho? Efetivamente, certas pessoas exercem sobre outras uma espécie de fascinação que parece irresistível. Quando isso se dá no sentido do mal, são maus Espíritos, de que outros Espíritos também maus se servem para subjugá-las. Deus permite que tal coisa ocorra para vos experimentar” (O Livro dos Espíritos) (o grifo é nosso).
Deste ensinamento podemos entender claramente a realidade: não existe obsessão, mas união de dois espíritos afins. Ela, porém, só ocorre quando Deus permite que tal coisa aconteça e com a finalidade de experimentar os envolvidos.Portanto, não existe obsessão como a humanidade acredita: um espírito mal fazendo coisas ruins com outro, pobrezinho que é vítima da situação. Os dois são culpados e precisam estar juntos para poderem aprender a amar a Deus sobre todas as coisas. Visto isso, voltemos ao tema desobsessão. O que ocorre hoje nos centros espíritas? O encarnado é levado para uma sala. Lá o obsessor é convidado a permanecer para ouvir um sermão enquanto que a vítima vai embora sem nada ouvir. O que acontece quando se age assim? O obsessor pode até ser salvo, mas o encarnado não alterará o seu padrão vibratório. Aí se livra deste obsessor, mas logo Deus coloca outro, pois este ainda não aprendeu a se universalizar. Por isto Cristo ensinou:
“Quando um espírito mau sai de alguém, anda por lugares sem água, procurando onde descansar. Se não encontra nenhum lugar, ele diz: ‘vou voltar para a minha casa, de onde sai.’ Então, volta e encontra a casa vazia, limpa e arrumada. Depois sai e vai buscar outros sete espíritos piores ainda e todos vão morar ali. E assim a situação daquela pessoa fica pior do que antes” (Mateus, 12, 43 a 46).
Esta desobsessão como hoje praticada, que protege o ser humano partindo do pressuposto de que ele é vítima, só serve para o desencarnado, mas não auxilia o ser humano. É preciso que o encarnado compreenda os motivos pelo qual a obsessão se iniciou para poder se desarrumar a casa para que ela não sirva mais de abrigo para os obsessores.Mas, para isto é preciso ousar. É preciso ir além da normalidade (o espírito fora da carne é mal e o ser humano vítima deste). Ao invés de só brigar com o obsessor é necessário que o doutrinador do centro espírita também converse com o encarnado: “ouça o que este espírito está dizendo de você, porque é isto o que o está prendendo. O culpado dos seus problemas não é o obsessor, mas você que merece ter esse obsessor, porque você é do jeito que ele está falando”. Isto é não ser conivente com a humanidade do espírito encarnado. Sabe qual o resultado da conivência que os religiosos têm hoje com a humanidade do espírito? Sete vezes mais obsessões.Sem levar a Palavra ao encarnado, os que se imaginam trabalhadores de Deus estão proliferando o merecimento humano de haver a obsessão. Hoje retiram um obsessor, da próxima vez terão que trabalhar para libertar mais sete. Por que isto ocorre? Porque foram coniventes com a humanidade do ser, ou seja, não disseram para o obsidiado que o culpado da obsessão não era o obsessor, mas ele mesmo. É preciso ousar. Os centros espíritas deviam mostrar ao obsidiado que o obsessor está ali por causa dele. O obsessor não é mal nem está errado: ele está aqui por o obsidiado lhe deu motivos para tanto. Na verdade, nem um nem o outro está fazendo obsessão entre si. O que ocorre, na realidade são duas auto obsessões: os dois se obsidiam e acham que um está obsidiando o outro. A obsessão é uma das engrenagens do carma. O obsessor está ali para ver se aprende o que acontece quando se prende apenas no que ele gosta e o obsidiado está com o obsessor para ver se ele aprende que a evolução espiritual só depende dele. É como num casamento. Existe obsessão maior para um espírito do que os vínculos familiares como hoje é praticado no planeta? Casamento, filho, sogra, tudo é obsessão, porque são relações baseadas em obrigações impostas. Qualquer casamento onde os cônjuges tenham obrigações a cumprir (satisfazer a vontade do outro) é obsessão. “Eu bebo porque o obsessor me faz beber”: isto é ilusão. Na verdade, este ser humano tem um obsessor que participa desta ação com ele porque a sua vontade é beber. “Meu guia mandou eu fazer uma ‘macumba’, pois preciso dar uma cerveja para a entidade para receber o que quero”. Isso também é obsessão, porque macumba (oferecimento de coisas materiais a espíritos desencarnados) não resolve vida de ninguém. Se ele não tiver o merecimento para receber aquilo que deseja, pode fazer quantos despachos quiser na encruzilhada que não resolverá a sua vida. O que vai resolver a sua vida é a reforma íntima e não a macumba.“Vou acabar com aquele outro; vou costurar seu nome na boca do sapo”. De nada adianta isso, porque Deus dá a cada um segundo as suas obras e não porque você não gosta dele.“551. Pode um homem mau, com o auxílio de um mau Espírito que lhe seja dedicado, fazer mal ao seu próximo? Não; Deus não o permitiria” (O Livro dos Espíritos).Ninguém pode se libertar de uma determinada pessoa se isto não estiver previsto para a sua encarnação. Todos são instrumentos para a ação carmática do próximo e por isto, se alguém lhe incomoda, o que é pode afastá-lo daquela relação é aprender a amar a Deus e a todos, ou seja, promover a reforma íntima. Portanto, a única coisa que pode resolver para você, ou seja, que pode lhe levar a viver uma vida com paz, felicidade e harmonia é a elevação espiritual que é alcançada com a reforma íntima é o amor universal.