Além disso, precisamos ainda nos lembrar do que Cristo ensinou: eu não vim pra os sãos, mas para os doentes. É preciso entender que as pessoas que agem como vocês me descreveram que aquela agiu, precisam muito mais do nosso amor do que as sãs. São elas que nós devemos amar primordialmente, não as sãs…
Deixe-me falar de uma parábola de Cristo que até hoje não foi compreendida em toda a sua profundidade: a parábola do Bom Samaritano.
Os professores da lei perguntaram a Cristo: o senhor disse que temos que amar o próximo, mas quem é o meu próximo? Para responder o mestre nazareno conta a parábola do bom samaritano. Para quem não a conhece, vou resumi-la.
Havia um judeu que foi assaltado e ficou muito machucado, caído no chão. Algumas pessoas passaram e não prestaram socorro, mas veio um samaritano e cuidou dele.
Até aí, nada demais, se pensarmos no termo samaritano como hoje entendido: a pessoa que faz o bem. Se aplicarmos simplesmente a compreensão de hoje a parábola, entenderíamos que Cristo diz que o próximo é aquele que precisa de nossa ajuda.
Mas, para entender profundamente a mensagem, temos que voltar a época de Cristo e entender que o samaritano daquele tempo é um ser humano que nasceu na Samaria, uma região da época de Jesus. Quem nascia na Samaria era samaritano.
Com isso, a parábola começa a ter outro sentido, porque os samaritanos e os judeus eram inimigos. Viviam em disputas ferrenhas, principalmente no aspecto religioso…
Sabendo disso, podemos entender que quando Cristo narra esta parábola, onde um inimigo ajuda o outro, para designar o próximo a quem devemos amar, está dizendo que aquele que deve ser amado prioritariamente é o seu inimigo.
O seu inimigo, aquele que você não gosta, aquele que não quer chegar perto, aquele que foge dele, é o seu próximo, aquele que deve amar acima de todas as coisas. É isso que se compreende da mensagem do mestre quando a analisamos dentro do seu contexto original.
A partir disso, tenho que lhe dizer que quando acontecer fatos deste tipo – e não vai parar de acontecer por aqui, até porque Deus os coloca justamente para podermos ajudá-los – o que devemos fazer não é trancar a porta ou brigar com ele, mas sim amá-lo.
Outro dia me perguntaram sobre uma boa forma de acabar com a inveja. Eu disse: amar o invejoso, amar a inveja e amar o resultado da inveja. Portanto, amem aqueles que fazem isso, amem o que ele está fazendo e amem a todo mundo.