A palavra escrita ou falada é complicada de se usar, pois cada termo possui diversas compreensões que levam a mudanças no sentido do que está sendo falado. Por isso é importante que antes que comecemos a conversar sobre qualquer assunto obtenhamos uma definição dos termos que serão usados na conversa.


Será isso, então, que faremos agora. Vamos começar definindo alguns termos que usaremos frequentemente na nossa conversa. Só depois que fizermos isso podermos falar dos assassinos do ser.
Vamos, então, definir estes termos…
Vamos falar sobre assassinos do ser. Quando isso acontece estão envolvidas duas questões: vida e morte. Por isso vamos começar definindo o que é morte e o que é vida.
O que é vida? É tudo aquilo que é percebido por você. É aquilo que acontece fora de você. Isso é vida.
Neste momento, olhem para a tela do computador de vocês. Ela é vida, pois você consegue percebê-la. Agora, ouça a minha voz. Ela é vida porque você consegue percebê-la. Vida é tudo aquilo que você consegue perceber pelos órgãos do sentido: visão, audição, paladar, olfato e percepções sensórias através do corpo.
Quando damos esta definição, conseguimos, então, definir mais uma coisa. O que é estar vivo? É viver o que é percebido. Isso é estar vivo. Está vivo aquele que consegue viver o que é percebido por ele.
Tendo definido vida como tudo aquilo que é percebido, podemos, então, descobrir o que é morrer, estar morto. Morrer, estar morto, é deixar de viver o que é percebido. É viver outra coisa diferente do que é percebido. Estar morto é viver além da vida, é viver algo além daquilo que é percebido.
A partir destas definições posso dizer que quando você olha para a tela do computador está vivo, mas quando neste momento vivencia algo diferente, está morto. Vou dar um exemplo para compreendermos melhor o que quero dizer…
Quando você vivencia a existência de uma tela bonita ou feia no seu computador, está morto. Por que isso acontece? Porque o que você pode garantir é que há uma tela de computador à sua frente. Se ela é bonita ou feia é algo além da vida e quando vive desta maneira, você está morto, porque não viveu apenas a realidade: foi além dela.
Esta é a diferença entre estar vivo ou morto. Vivo é aquele que consegue perceber a vida, ou seja, aquilo que se apresenta a ele. Morto é aquele que não consegue viver apenas a vida, mas vivencia outras coisas. Estas coisas são os assassinos do ser, são elas que matam o ser, pois o tira da vida.
Então, no exemplo que dei, achar a tela do computador bonita ou feia é morrer, é ter sido assassinado. Por quê? Porque quem vive algo além do que se apresenta a ele deixa de viver a vida e passa a viver algo que não é ela, que não é real.
Eis aí, portanto, o início da nossa conversa. Vamos falar dos elementos que tiram o ser da realidade, da vida e por isso o mata. Isso é de fundamental importância.
Participante: então neste sentido a vida humana não seria uma ilusão?
Por favor, toque a tela do seu computador agora. Você a sentiu? Se sim, ela não é uma ilusão, mas algo real, para você. Agora achá-la bonita é uma ilusão. Por quê? Porque ela é apenas uma tela de computador e não bonita ou feia. Já entenderemos melhor esta questão.