Para que o ser humano quer lei? A lei só existe para ele poder dizer que o próximo não a cumpriu. Para poder acusar os outros porque ele mesmo não segue, pois cria sempre um jeitinho para não cumpri-la. O que deve haver não é respeito às leis, mas sim a compaixão de não machucar o outro.
Para se alcançar o perfeito cumprimento da lei, deve-se compreender perfeitamente os códigos legais.
Toda lei material é baseada na lei de Moisés. Os fundamentos de todos os códigos legais premiam os dez mandamentos. Não matar, não roubar, não adulterar, não cobiçar: todas as leis materiais fundamentam-se nesses preceitos.
Apesar disso, os códigos das leis materiais continuam a ser desrespeitado constantemente. Não é porque existe o código que os atos não mais existem. Dessa forma, apenas a existência do código não consegue acabar com a ação negativa.
Agora, se ao invés de ter apenas uma lei o ser possuir a compaixão (consciência do sofrimento que pode causar a outrem), ele não mais praticará atos que firam o próximo. Dessa forma, para que haver uma lei afirmando que não se deve matar: ao amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a si mesmo ele não mais matará os outros.
Só precisa existir uma lei: tenha amor. Se os seres encarnados amarem todas as outras leis se tornam desnecessárias.
Analisando-se a vida no planeta a partir do conhecimento da ação de Deus (Causa Primária de todas as coisas) chega-se à compreensão de que as leis materiais foram redigidas por Deus e não pelos homens. Mesmo nesse caso, a lei do homem (material) não deve ser respeitada pelo temor.
Deus intuiu os legisladores a fazerem as leis materiais, mas elas só foram necessárias porque o ser encarnado não sabe amar. Deus criou através de seres humanos essas leis, mas as subordinou à lei maior, a constituição universal: amar a Deus acima de todas as coisas.
As leis materiais só servem enquanto o espírito se ver como ser humano. Quando ele atingir a consciência de ser universal não mais necessitará desses códigos, pois compreenderá a lei maior.
As leis materiais foram intuídas por Deus em decorrência do individualismo dos seres encarnados. Serviram como balizamento para os desejos individuais desses seres. Quando essa busca de contentar os seus desejos extingue-se, acaba também a necessidade das leis materiais.
Ao universalizar-se o espírito penetra no todo universal e compreende e acata a lei suprema porque conhece o verdadeiro amor: alegria, compaixão e igualdade.
Portanto, o espírito que julga o próximo mesmo usando para isso os dez mandamentos infringem a lei suprema. O próprio Jesus quando argüido sobre o cumprimento das leis de Moisés afirmou: vocês não sabem o que quer dizer Deus quando afirma que quer que sejam bondosos e não que queimem incenso para me satisfazer. Ser bondoso (cumprir a lei de Moisés) é amar a Deus, a si e ao próximo.
Quando o ser aprender esse verdadeiro amor compreenderá o sentido da lei mosaica e, mesmo por esse código, deixará de julgar os seus semelhantes. Na hora que agir com esse sentimento o ser cumprirá toda a lei de Moisés e a dos homens sem obrigações (sofrimentos).