Participante: os ensinamentos dos mestres podem ser resumidos dessa forma. Todo pensamento criado pela mente deve não ter crédito. A mente deve ir para o SPC e Serasa e tudo que ela cria, desde teorias completas, as mínimas proposições ou dê atenção ou contra-ataque com o pensamento. Não sei, pode ser, pode não ser. Ou qualquer pensamento, interpretação ou julgamento surgir, pense: Deus é que sabe. E depois volte a se concentrar no presente que é o presente perfeito que Deus lhe deu para sua felicidade e por isso você não precisa enchê-lo de adjetivos. É essa a missão do espiritualista? Fazendo assim você ama a Deus acima de tudo e ao próximo como a si mesmo. Agindo assim, Deus fica feliz, ou precisa de algo mais? Por favor, Pai Joaquim, comente e faça as correções necessárias.


O resumo que você fez é muito bom. Portanto, não teria nada a corrigir.
Agora, essa é a missão do espiritualista? Não! Essa é a prova de todos os espíritos que encarnam nesse planeta.
Missão é aquilo que você faz para outro. Prova é aquilo que vive para você. Reagir àquilo que alguém ou alguma coisa faz a você, de acordo com o resumo que você mesmo fez, é viver uma provação para a sua encarnação com o objetivo de aproximar-se de Deus e não uma missão. Seria só esse o reparo que eu falaria nisso tudo, apesar que tem coisa ai que eu nem sei o que é.
Deus fica feliz porque você faz isso? Eu já disse que Deus não fica feliz; Ele é a felicidade. Deus não quer que você faça isso porque Ele quer. Deus quer que você faça isso porque isso é o melhor para você. Essa é uma compreensão que vocês precisam ter.
Deus não é um déspota que obriga você a fazer algo. Tanto isso é verdade que Ele deu ao espírito o livre arbítrio. Deus não gera leis, obrigações; Ele mostra caminhos. Mostra caminhos que sejam melhores para você, não para Ele.
Quando você me fala do que foi ensinado pelos mestres, me fala num tom de obrigação. Mas, estes ensinamentos não são obrigações, mas sim um caminho, que pode ou não ser caminhado de acordo com a sua vontade. Trata-se de um caminho não que lhe leva a grandiosidade humana, que não lhe leva a ganhar nesta vida, mas que lhe leva a ter uma existência eterna em unidade com todos. Um caminho que lhe leva a sair da ilusão que vive hoje no mundo ilusório que você cria e entrar na realidade.
Na verdade, Deus gostaria que você trilhasse esse caminho, mas não o obriga a isso. Gostaria porque sabe que esse caminho é o melhor para você. Ele quer que você o trilhe não porque Ele queira, não porque Ele precise que você vá por este caminho.
Pensando direito, não existe coisa mais arrogante do que dizer que Deus quer que você ame a Ele acima de todas as coisas. Esse não é o Deus do universo. O Deus do universo é simples; aquele que exige o seu amor é prepotente e arrogante.
Deus não lhe direciona a viver desse jeito porque quer a sua bajulação, porque quer a sua submissão a Ele. Na realidade, Ele lhe mostra essa forma de viver como um caminho para a sua felicidade eterna.
Portanto, seu resumo está perfeito como um detalhamento do instrumento para se vencer as provas. Agora, pratica quem quiser; quem não quiser tem o direito não optar por seguir este caminho. Só que como ensina O Livro do Espíritos, só vai colocar em prática este ensinamento, caminhar neste caminho, aquele que antevê o futuro.
A questão de O Livro dos Espíritos que citei diz mais ou menos assim: não seria obvio, já que o espírito escolhe sua prova, que ele escolhesse as menos doloridas? O Espírito da Verdade diz que não, que isso é ideia de seres que estão submetidos à humanidade. Além desta resposta, Kardec faz um longo comentário sobre o assunto e numa das partes afirma o seguinte: o espírito é como o descobridor dos mares que enfrenta a tempestade com a certeza do que vai encontrar quando chegar ao outro lado do mundo.
Esse é o problema. Muitos querem fazer a elevação espiritual porque se sentem obrigados, muitos querem fazer porque querem ganhar a elevação, outros porque querem ganhar a superioridade sobre os que não fizeram, mas nenhum desses vai conseguir. Só vai realmente conseguir aquele que antever o que lhe espera do final dessa jornada. Se você encarar essa encarnação como uma jornada, antevendo o que vai receber se der cabo daquilo que se propôs a fazer, tenho certeza que para você morre toda a obrigação.