Participante: certa vez li que os livros antes de serem psicografados no plano terreno passam pelo crivo no plano espiritual do que pode ser passado para os seres humanos. Gostaria de saber se é verdade e se for, porque deixam, então, passar em muitos livros ideias espirituais tão contraditórias, amedrontadoras, de uma ilusão assustadora, de um mundo fantasioso, de mundos tão abissais onde dá-se a impressão para os que ainda estão começando a jornada de estudos que Deus lá não é autoridade. Ideias falsas de que alguns seres milenares tem o poder de decisão sobre humanos encarnados e desencarnados. Quero saber se essa mesma banca que aprova tais livros tem Deus no comando. Quais são os propósitos de tais livros? Criar mais vicissitudes para trabalharmos nossa fé? Confundirmo-nos? Como se diz, peneirar os de fé verdadeira? Qual o verdadeiro propósito? E outros livros tão igrejistas, tão romanescos, como você diz, com violetas na janela? Hoje sei que se eles são escritos é porque tinham de ser, que existe um propósito, mas qual seria?
Essa banca, como você chama, é um grupo de espíritos que trabalha no sentido de trazer as informações necessárias para as provações dos espíritos encarnados. Nós já falamos desta banca e a chamamos de Academia Superior de Ciências Espirituais ou você ainda pode chama-la de Espírito da Verdade, pois é tudo a mesma coisa.
Numa conversa que tivemos sobre doutrinadores, disse que aquele que doutrina se baseia apenas nos ensinamentos dos mestres. Aí me perguntaram: quem são os mestres? Eu disse: Krishna, Buda, Cristo, o Anjo Gabriel, que trouxe os ensinamentos através de Maomé e o Espírito da Verdade, que trouxe os ensinamentos através de Kardec. As pessoas ouviram o que eu disse, mas, claro, não compreenderam porque citei apenas estes cinco como mestres. Então, expliquei o porquê destes cinco serem considerados mestres…
Há um elemento comum a todos estes cinco. Qual é? Nenhum desses que citei escreveram nada… Todos fizeram sua missão falando. Foram humanos que escreveram depois, não eles. Esta é a diferença, é isso que os torna mestres.
Neste mundo você tem mestres e enviados de Deus. Os mestres são os que não escrevem; os enviados de Deus são os que escrevem o que os mestres falaram. Portanto, com esta informação, nesta questão de livros, você já começa a saber onde procurar a informação: nos mestres, nos escritos que trazem o que foi falado por estes cinco espíritos que citamos.
Sobre os demais livros, porque, então, eles são escritos? Porque fazem parte da provação do espírito.
Um livro que Santo Agostinho tenha escrito a partir do que leu na Bíblia, é uma prova para o espírito encarnado. Um livro que foi escrito analisando o que está em O Livro dos Espíritos ou no Evangelho Segundo o Espiritismo, é uma prova para o espírito. Todos os livros que não sejam aqueles escritos com as palavras dos mestres que citamos, são provas para o espírito.
Essas provas estão vinculadas àquilo que você citou: a fé. Todas as obras escritas por outros autores, sejam encarnados ou não, testam a sua fé…
Como possa saber se algo escrito por Santo Agostinho é para ser seguido? A resposta é simples: compare o que Santo Agostinho escreveu com o que está no que foi ditado por Cristo. Se o que ele fala tem fundamento no que Cristo ensinou, aquilo é um caminho; se não tem, é só prova.
A mesma coisa é válida para qualquer livro que você leia que tenha sido escrito por um ser humano. O livro no sentido de lhe ajudar na evolução espiritual tem que estar subsidiado no que o mestre falou, senão será apenas uma opinião individual, uma prova.
Dito isso, agora posso lhe responder. Aquelas figuras tenebrosas do umbral e as cidades espirituais estão preconizadas em O Livro dos Espíritos, no Evangelho Segundo o Espiritismo ou em O Livro dos Médiuns? Não. Então isso é prova…
Mas, porque essa banca deixa estas informações virem a este mundo? Porque faz parte da provação dos espíritos encarnados.
A sua provação refere-se à fé em Deus através dos ensinamentos dos mestres. Quando esses livros são escritos, a sua fé está sendo colocada em prova.
Como é isso na prática? Imaginemos que tenha lido um livro de alguém que se diz cristão, mas que afirma que você pode ganhar nesta vida. Isso está em acordo com o ensinamento de Cristo? Não. Então, abandone os ensinamentos deste livro. Faça isso porque tem fé em Cristo e porque ele disse que não devemos amealhar bem na Terra.
É esse o trabalho que precisa ser feito. Agora, como sempre digo, como esse é um mundo de provas, não se pode criar um ambiente dentro da perfeição que vocês querem. É preciso que exista a dualidade, o que vocês chamam de certo e errado e eu chamo de material e espiritual. Para que isso? Para você exercer a sua fé, a sua confiança e entrega.
Em que você confia e se se entrega: ao mundo espiritual ou ao material? É por causa desta questão que existe tanto livro diferente entre si…