Participante: se eu não amo, escolhi não amar ou sou um ignorante do amor? Eu ignoro que deveria amar, digamos assim. Houve uma escolha minha de não amar?
Primeiro: não existe outra coisa que não seja o amor. Então, na verdade, nunca deixa de amar: ama o tempo inteiro. Pode amar de uma forma universal ou individual, egoísta, mas sempre será amor.
O amor egoísta, individualista, é proposto pelo ego. A personalidade humana não é egoísta, ela propõe egoísmo. Quando se confunde com o ego, acha que o que ele está fazendo é você que está fazendo, dizendo, pensando, se torna egoísta, ama egoisticamente. Nesse momento vibra individualisticamente.
Portanto, você não escolhe amar individualmente ou universalmente. O que escolhe é aceitar a individualização do amor proposta pelo ego.
Participante: esse é o livre arbítrio?
Esse é o livre arbítrio entre o bem e o mal.
Participante: E essa escolha, que é o livre arbítrio do espírito, é ignorância dele? Escolhe o individualismo por ignorância? Digo isso pela afirmação de não ser mal. Só se fosse escolheria conscientemente o egoísmo.
Desculpe: alegar ignorância é uma coisa que não se aceita mais.
Você tem a Bíblia, tem os suttas budistas, o alcorão, o Baghavad Gita, O Livro dos Espíritos, etc. Possui centenas de ensinamentos dos mestres. Por isso não pode mais se declarar ignorante. A informação está disponível nesse mundo.
Participante: é o que você já falou. Depois que todos acordaram, combinaram esse acordo que é o Novo Testamento, precisam compreender o sentido da encarnação.
Não é isso. Estou falando de algo mais humano, mais terra a terra.
Não existe ignorância, ninguém pode alegar ignorar nada porque hoje tudo é muito escancarado. Por isso, você não pode falar em ignorância. Deve falar em vicio, em apego, em paixão pelas coisas humanas. Pode falar em buscar prioritariamente o prazer. Isso você pode falar.
O ser humanizado, mesmo sabendo que tem que amar a todos, prefere naquele momento não amar, ou seja, acreditar no ego. Prefere amar individualmente para poder tirar alguma vantagem, porque quer ter uma vitória.
Participante: a segunda pergunta é: independente da escolha feita, amar individualisticamente ou amar universalmente não muda os atos, não muda os fatos?
Não. Não muda o ato, só muda o fruto da arvore.
Participante: entendi.