Participante: já ouvi e até concordo que as pessoas sempre dão o melhor delas, fazem o melhor, e que não fazem por mal. Só que o melhor, o bem para elas, devido a ignorância da lei do amor e não a maldade, acaba causando mal.
Não necessariamente a ignorância só. Estou colocando isso em outro patamar. Vício, necessidade!
Os espíritos que se prendem as coisas humanas não são ignorantes da lei do amor, são viciados em viver de determinada forma. Vou dar um exemplo: pichadores mataram uma pessoa e machucaram seriamente um velho em São Paulo.
Participante: sim, estavam pichando e a vítima e o pai, que moravam na casa, foram reclamar
Isso é um ato que é praticado por quem?
Participante: por quem gosta de pichar, tem isso como robe, sei lá!
Por jovens.
Noventa e nove por cento dos que picham é jovem. Por quê? Porque a pessoa quando ganha determinada maturidade sabe que não deve fazer isso.
No caso que dei como exemplo, os pichadores eram jovens? Não. Se quem picha é jovem e se esse não era, por que continuava fazendo isso?
Participante: porque é um prazer.
Porque precisa fazer. Os velhos que picham tem a dependência de pichar para se sentir bem. É o vicio!
Esse raciocínio vale para diversas atitudes. Quis colocar um exemplo que fosse mais fácil de compreender, mas na verdade é a mesma questão para a ação do espirito zombeteiro, do espirito que bebe com aquele que gosta de beber. São ações não feitas por maldade, para sacanear, ferir. São feitas porque quem faz precisa fazer, é dependente de fazer, para alcançar o prazer, a satisfação.
Participante: e eles têm a consciência que aquilo terá uma consequência por vezes negativa? Eles têm essa consciência ou existe o embrutecimento, digamos assim, tão grande que essa consciência se perde e o espírito mesmo sofrendo as consequências não conseguem deixar de fazer?
Volto ao exemplo da pessoa que bebe.
Quem bebe muito em um dia sabe que vai ter dor de cabeça no seguinte, que está arriscado ficar caído na sarjeta, que pode chegar em casa todo sujo de vomitado. Apesar de tudo isso, continuando bebendo. É a mesma coisa.
Participante: isso é o que podemos dizer que é a lei de Deus impressa na consciência?
Não! Não!
Não podemos dizer que a lei de Deus está impressa na consciência porque a consciência é manipulada pelo vicio. A necessidade de alguma coisa é muito mais forte do que o clamor pela consciência.
Participante: então ele esquece? Pode-se dizer que ele esquece ou não?
Pode-se dizer que o ser manipula verdades e razões de tal forma que consiga fazer o que quer. ‘Não, vou tomar só um copo; eu sei quando devo parar’.
Participante: aquela historinha pra justificar um só?
Isso!
Participante: de fato ele não esquece, mas vai enrolar outra para encobrir isso aqui.
Isso. Exatamente. É aquela historia: ‘hoje eu só vou tomar um copo’. Só sai de lá carregado.