A partir do momento que compreendemos a consciência, podemos agora falar sobre ela. Como se forma a consciência, ou seja, como se forma este agregado do espírito? O ser forma os valores que comporão a sua consciência humana antes da encarnação. Para tanto escolhe valores sentimentais (sensações) e verdades.

Esta escolha é de responsabilidade exclusiva do espírito, por isso também é considerada com livre arbítrio. Depois que encarna este livre arbítrio não mais existe, ou seja, o espírito não tem mais a liberdade de alterar a sua consciência apenas por vontade própria.

Portanto, cada espírito antes de encarnar prepara a sua consciência, que vou passar a chamar de ego, pois é a mesma coisa, com verdades materiais e sensações específicas. Esta escolha é fundamental para o espírito que irá encarnar, pois o ego terá a função de tentador, ou seja, como propositor de provas.

Exemplifiquemos para poder facilitar a compreensão. Um ser precisa libertar-se por carma da arrogância. Este sentimento é uma sensação individualista, pois reflete a aspiração de ser melhor, maior, mais certo, mais bonito, mais perfeito que os outros.

Aquele que crê na sua superioridade precisa vencê-la, pois somos todos iguais perante o Pai. Para mostrar a Deus que pode utilizar o seu livre arbítrio amando-O acima de todas as coisas e ao próximo, o ser coloca em sua consciência verdades e sensações que exprimam esta superioridade.

Depois que encarna (vive no consciente material) ele precisa vencer essa sensação para alcançar a vitória. Mas para isto precisa possuir esta sensação, pois vencer significa tê-la e não usá-la. É por este motivo que o ser organiza a sua consciência material com essa sensação.

Sem a existência dela a vida não teria valor algum, pois não haveria vitória se o ser humanizado você estivesse sem a arrogância. Como vencer uma coisa que não se combate?

Desta forma, podemos afirmar que se você é arrogante é porque, antes da encarnação, colocou esta sensação na sua consciência. Isto vale para todos os sentimentos que compõem a personalidade do ser humano: nervoso, tímido, covarde, soberbo, etc.

Depois que o ser organiza a sua personalidade, ou seja, o conjunto de sensações que precisa vencer, vem para a Terra: encarna. Agora terá que aprender a conviver com estas tendências sem aprisionar-se a elas.

Além dos sentimentos, a memória contém também verdades materiais, que auxiliarão o ego a conscientemente forçar a utilização das sensações que compõem a personalidade. Por exemplo. Aquele que buscar vencer a arrogância terá que ter verdades como: “eu não vou acreditar em nada que me disserem”, “tudo que me falarem é mentira, errado, pois só eu sei a verdade”.

Estas verdades serão utilizadas por Deus para formar conscientemente o pensamento sobre qualquer coisa da vida, seja em ensinamentos, nas pessoas, na felicidade da vida, em qualquer coisa.